Ucrânia: confira a situação atual do escoamento de grãos

Ucrânia: confira a situação atual do escoamento de grãos

Com problemas de escoamento, país chegou a exportar apenas 5% de sua capacidade em março. Agora, novos dados indicam que uma recuperação pode estar a caminho, mas ainda muito abaixo dos números pré-guerra.

19/05/2022

Foto: Raw Pixel

Nesta quinta-feira, 19, o Ministério da Agricultura da Ucrânia publicou informações sobre o desempenho da exportação das commodities — especialmente dos grãos — frente às dificuldades logísticas enfrentadas pelo país. Antes do conflito, a Ucrânia era conhecida como o “celeiro” da Europa, em razão da sua importância no fornecimento de grãos para a região.

O volume exportado 

Desde o início de maio, de acordo com o Ministério da Agricultura do país, foram exportadas apenas 643.000 toneladas de grãos, ante cerca de 6 milhões de toneladas que eram exportadas mensalmente antes do início da guerra. 

Para Gilberto Ramos, da Câmara Brasil-Rússia, “Desde a época soviética a Ucrânia é considerada um celeiro da produção de vários grãos, além de batata e de ter também uma importante produção leiteira e de laticínios”, confirmou o especialista em entrevista para a rede CNN. Segundo Ramos, o país também se destaca por possuir o chamado “solo negro”, ou seja, rico em húmus — rico em matéria orgânica. 

Das 643.000 toneladas exportadas neste mês, o milho foi responsável por 95,95% de todo esse volume, seguido pelo milho que representou 2,48% e pela cevada com 1,24% do volume de grãos exportados. O número é ínfimo perto das exportações pré-guerra, quando o país ainda detinha controle sobre todos os portos de seu território e podia escoar sua produção pelo mar. 

O impacto na vida das pessoas

Programa Mundial de Alimentos (PAM), é a principal agência da Organização das Nações Unidas (ONU) no combate a fome. O programa é altamente dependente dos grãos ucranianos, segundo David Beasley, chefe do programa, “Não se trata apenas da Ucrânia. Trata-se dos mais pobres dos pobres que estão à beira da fome enquanto falamos”, destacou em entrevista para a rede de notícias Al Jazeera. 

De todo o volume de alimentos comprados pelo PAM, 50% dos grãos são comprados da Ucrânia. Com a queda na produção e no escoamento, o programa que alimenta 125 milhões de pessoas sofre diretamente as consequências do conflito, repassando também os impactos para os países mais pobres que dependem da alimentação fornecida pela agência. 

Em março, quando se iniciou a invasão do território ucraniano pela Rússia, o volume exportado era ainda menor. No primeiro mês da guerra, foram exportadas apenas 300 mil toneladas de grãos, segundo informações de altos funcionários locais obtidos pela agência Reuters - para tentar evitar um possível colapso alimentar, o país chegou a proibir a exportação de determinados grãos em março. 




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Gustavo Ferreira Felisberto





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