Quando se fala em agronegócio, muita gente pensa apenas na produção dentro da fazenda. Mas o impacto real do setor vai muito além da porteira. O agro envolve indústria, logística, exportação, financiamentos e até investimentos na Bolsa.
Segundo Guto Gioielli, analista CNPI e fundador do Portal das Commodities, toda a cadeia do agro representa 29,4% do PIB brasileiro. Só a produção direta responde por 8,9%, enquanto o restante vem das atividades que conectam o campo ao mercado.
Neste artigo, vamos explicar por que o agro é tão importante para o Brasil, como ele afeta o mercado futuro de commodities e o que isso significa na prática para produtores e iniciantes.
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O agro além da porteira: como funciona a cadeia do campo
Quando você planta milho, soja ou cria gado, não é apenas o produto final que conta para a economia.
A cadeia inclui:
- Fabricantes de sementes, fertilizantes e defensivos;
- Máquinas e implementos agrícolas;
- Armazenagem e logística;
- Indústria de processamento;
- Exportação e distribuição.
“Agro não é só fazenda. É tudo que está em volta: indústria, transporte, insumos e exportação. Somando a cadeia inteira, chegamos aos 29,4% do PIB”, explicou Gioielli.
Na prática, quando a produção vai bem, diversos setores são movimentados ao mesmo tempo.
Exportações do agro sustentam o dólar que entra no país
O agronegócio é responsável por cerca de 49,5% das exportações brasileiras.
Em termos simples: A cada US$ 10 que entram no Brasil, quase US$ 5 vêm do agro.
Produtos como soja, milho, carne bovina, café e algodão lideram as vendas externas. Os principais compradores são:
- China
- Estados Unidos
- União Europeia
Esse fluxo de exportações ajuda a manter o saldo comercial positivo e fortalece o câmbio — algo que impacta diretamente os preços recebidos pelo produtor.
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Quando o agro cresce, outros setores avançam
O bom desempenho recente do PIB brasileiro contou com forte apoio da recuperação da produtividade no campo.
Isso acontece porque:
- Mais produção →
- Mais contratos de transporte →
- Mais processamento industrial →
- Mais empregos em serviços.
“Quando o agro roda bem, ele puxa transporte, indústria e serviços. Nenhuma outra cadeia movimenta tantas pontas ao mesmo tempo”, destacou Gioielli.
Como o investidor se expõe ao agro na Bolsa
Nem todo investimento em agro significa comprar uma fazenda. Na B3, o setor aparece em diferentes áreas:
Produção agrícola direta
- SLC Agrícola (SLCE3) – soja, milho e algodão
- BrasilAgro (AGRO3) – compra e desenvolvimento de terras
- Boa Safra (SOJA3) – sementes e genética
- Terra Santa (LAND3) – gestão de áreas agrícolas
Insumos, energia e papel
- 3tentos (TTEN3) – insumos e originação de grãos
- Irani (RANI3), Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3) – celulose
- Raízen (RAIZ4) e São Martinho (SMTO3) – etanol e bioenergia
Proteína animal
- JBS (JBSS32), Minerva (BEEF3) e MBRF (MBRF3)
Logística
- Rumo (RAIL3) e Hidrovias do Brasil (HBSA3) – transporte e escoamento
“Nem sempre investir em agro é comprar empresa agrícola. Logística, fertilizante, proteína e biocombustível fazem parte da mesma engrenagem.”
Como o produtor usa o mercado financeiro para financiar a lavoura
O produtor rural também passou a usar instrumentos do mercado para financiar a safra — muito além do crédito rural tradicional. Entre as principais ferramentas estão:
CPR – Cédula de Produto Rural
O produtor recebe hoje e entrega o grão após a colheita.
👉 Funciona como um contrato de venda antecipada da produção.
CRA e LCA
São títulos de renda fixa lastreados no agronegócio e ajudam a captar recursos para o setor.
FIAGRO
Fundos do agro que permitem que pessoas físicas invistam diretamente na cadeia produtiva e recebam rendimentos mensais.
“A CPR foi um divisor de águas. O produtor recebe capital agora e entrega o produto depois. Isso deu fôlego ao financiamento da safra.”
Para onde vão as principais commodities até 2026
Na visão de Guto Gioielli, as principais commodities agrícolas brasileiras estarão de olho nas variações climáticas para 2026.
Milho
Safra elevada no Brasil e nos EUA amplia a oferta.
👉 Se o clima seguir favorável, os preços podem ficar pressionados no início do ano.
👉 Atrasos na soja podem reduzir área de milho safrinha, mudando o cenário rapidamente.
Soja
Chuvas irregulares trazem incertezas sobre produtividade.
👉 Clima e demanda externa seguem sendo os principais direcionadores de preço.
Boi gordo
A demanda chinesa continua como peça-chave.
👉 Dezembro costuma ter consumo mais forte.
👉 Janeiro e fevereiro geralmente mostram ajuste nos preços.
Café
Uma das commodities mais voláteis do mercado.
Preço reage rapidamente a clima, oferta e estoques globais.
“No café, manejo de risco é essencial.”
Esse tipo de movimentação e leitura de mercado é acompanhada em tempo real na Sala Trader do Portal das Commodities, onde produtores entendem os impactos práticos antes de tomar decisões.
O que é hedge e por que ele importa para você
O hedge é uma estratégia de proteção usada no mercado futuro. Em vez de tentar adivinhar o preço, o produtor trava uma referência e reduz o risco de surpresas.
Exemplo simples:
- Você tem milho para colher em julho.
- Hoje, fecha contrato futuro para vender a um preço conhecido.
- Se o mercado cair depois, sua rentabilidade fica protegida.
O hedge não busca ganhar mais — ele serve para evitar perder.
Como usar essas informações no dia a dia
- Acompanhe o mercado futuro das principais commodities.
- Avalie vendas antecipadas via CPR ou hedge.
- Planeje usando custo de produção + margem desejada.
- Observe clima, exportações e movimentações globais.
Esse tipo de leitura de mercado é acompanhada diariamente na Sala Trader do Portal das Commodities, onde produtores e investidores analisam preços em tempo real antes de tomar decisões.
Fonte: https://monitordomercado.com.br/noticias/332314-agro-responde-por-294-do-pib-brasileiro-e-amplia-opcoes-de-investimentos/
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