Em relatório divulgado nesta semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta que a alta internacional no preço do petróleo deve beneficiar a economia brasileira ao longo deste ano. Com a nova projeção, o relatório de abril aponta uma diferença de 0,5% com relação ao estudo divulgado em janeiro, indicando um crescimento de 0,8% até o fim de 2022.
Economia sob pressão
Apesar da expectativa de crescimento de 0,8%, o número é baixo se comparado com outros países da América Latina e Caribe, região que deve registrar uma média de crescimento de 2,5% em 2022. A título de comparação, o FMI informa que o México deve ter um crescimento econômico de 2% no mesmo período.
Projeção de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) para 2022/ Fonte: FMI
Em entrevista ao jornal Folha, o diretor de pesquisa da organização, Pierre-Olivier, afirmou que “o Brasil tem um dos números mais baixos em nossa projeção de crescimento para a região. A maior parte disso se deve a um ciclo agressivo de aperto por parte do Banco Central do Brasil para conter as pressões da alta de preços. Ao mesmo tempo, o Brasil é um exportador de petróleo e está se beneficiando do aumento de preços de petróleo e energia. Então, há uma revisão para cima”.
Alta do petróleo
A alta do petróleo vem sendo sentida nas bolsas de todo o mundo desde o início da investida russa sobre a Ucrânia, em 24 de fevereiro. Seguindo as sanções, o preço do barril de petróleo subiu exponencialmente e passou da marca de US$130, valor que não era visto desde a Crise de 2008 iniciada nos Estados Unidos.
Sentindo os efeitos de uma série de sanções internacionais, mesmo com a alta do petróleo, a economia russa deve registrar um recuo de -8,5% em 2022, com projeção de encolhimento em -2,3% no próximo ano. Assim como a Rússia, a Ucrânia deve registrar um recuo ainda maior na sua economia, estimado em -35% ao longo deste ano, assim como outros países da região sentirão de forma mais amena.