Alta do petróleo: entenda porque os combustíveis subiram tanto

Alta do petróleo: entenda porque os combustíveis subiram tanto

Em meio ao conflito no Leste Europeu, alta do petróleo vem sendo sentida em todo o mundo. No Brasil, governo tenta amenizar repasse da alta anunciada pela Petrobras, confira o que levou ao aumento e como impacta o seu dia a dia.

14/03/2022

Foto: Maria Lupan/Unsplash

Na última semana, a Petrobras anunciou alta de 24,9% no preço do litro do diesel, aumento compartilhado com a gasolina, que também subiu 18,77% nas distribuidoras, além do acréscimo no — já custoso — gás de cozinha. Por trás da medida, criticada tanto por governistas como pela oposição, está a alta global nos valores do barril de petróleo, que, na última segunda-feira, alcançou o valor mais alto de negociação em 14 anos.

Desde quinta-feira, os consumidores de todo o país tem pagado mais caro pelo litro do combustível, em meio às pressões externas impulsionadas pelo conflito Rússia-Ucrânia, o governo brasileiro tenta segurar o aumento por duas frentes.

Confira a seguir o que levou ao aumento e como esse impacto se traduz diretamente no seu dia a dia.

Conflito no Leste Europeu faz Rússia ser “punida” internacionalmente

Com a escalada da invasão da Ucrânia por forças russas, mais uma vez, as pessoas foram forçadas à realidade em que o mundo não é tão “livre” quanto dizem. Ser um Estado soberano não significa, na prática, poder fazer suas próprias escolhas — e, como a Ucrânia desejava, participar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Seguindo uma promessa feita antes mesmo do início da invasão, os Estados Unidos, por meio do Presidente Joe Biden, e países da Europa, organizados sob a União Europeia, tem anunciado seguidas sanções à Rússia de Putin.

Busca-se punir internacionalmente o país, tentando forçar uma mudança da postura por parte do ex-agente soviético que hoje comanda mais de 10% da produção mundial da commoditie, segundo o último boletim anual de estatísticas da Agência Internacional de Energia. Apesar da “punição” ser para a Rússia, com a proibição de importação do petróleo russo anunciada pelos EUA, quem paga o custo é o consumidor final.

Maior alta em 14 anos na negociação do barril de petróleo

Seguindo as sanções, o preço do barril de petróleo explodiu — assim como as explosões reais seguem nas ruas da Ucrânia — e passou da marca de US$130, valor que não era visto desde a Crise de 2008.

A alta vem sendo sentida nos últimos dias em todo o mundo, até mesmo países produtores de petróleo, como o caso do Brasil, têm tido de buscar meios de lidar com o aumento. Os EUA, críticos do governo venezuelano de Nicolás Maduro, mudaram o posicionamento e enviaram até mesmo uma delegação para o vizinho brasileiro — uma aproximação que busca suprir parte da produção russa pelo governo bolivariano.

No Brasil, em entrevistas e comentários, o Presidente Jair Bolsonaro (PL), reforça a posição de que não tem poder sobre o aumento. “Eu não decido nada, não”, disse o ex-militar em conversa com apoiadores na quinta-feira, conforme levantado pelo O Globo. Apesar da declaração, na prática, o governo buscou apoio até de rivais políticos, como o Partido dos Trabalhadores (PT), para avançar com medidas no Congresso.

Governo brasileiro tenta reduzir impacto do aumento por meio do Congresso

Em meio à pressão da população, impulsionado pela expectativa em ano eleitoral, o governo atua em duas frentes buscando amenizar o aumento anunciado pela Petrobras, que se defende dizendo que se trata somente de um repasse para evitar o desabastecimento.

Como uma das medidas, o Senado aprovou na última quinta-feira (10) o Projeto de Lei 1.472, que cria um fundo de estabilização para os combustíveis e agora segue de volta para a Câmara. Por outro caminho, esse mais polêmico e alvo de críticas pelos governadores, está o Projeto de Lei Complementar (PLP) 11/2020, que altera a cobrança de ICMS e tenta, por meio da simplificação de impostos, diminuir o peso do repasse nas bombas de todo o país.

Alta na bomba e expectativa para esta semana

Na última sexta-feira, dia 11, o  Presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou o PLP 11/2020. Nesta semana, cidades e munícipes de todo o país sentirão com mais força os efeitos do aumento nos combustíveis, com diversas localidades implementando o aumento nas passagens a partir desta segunda-feira, 14.

O maior preço por litro já chegou nas bombas e, logo, pode chegar no valor que os alimentos são comercializados, em razão da alta dos custos de transporte. Outras implicações também são esperadas, assim como um movimento jurídico em conjunto por parte dos governos estaduais, contra o PLP 11/2020 que pode reduzir a arrecadação dos estados.
  


Quer ficar por dentro de tudo que acontece a respeito da alta do petróleo? Então confira as nossas próximas matérias sobre o assunto, que abordarão em detalhes o impacto prático da aproximação dos EUA com o governo venezuelano, o peso da guerra sobre o mercado de commodities, medidas de outros países para conter o aumento e mais!

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Gabriel Maciel





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