O preço do café caiu: Oportunidade ou risco para investidores e produtores?

O preço do café caiu: Oportunidade ou risco para investidores e produtores?

Segundo o IBGE, os valores caíram após 18 meses consecutivos de alta

19/08/2025 Fonte original

Foto: Imagem: Lela Beltrão

Depois de um ano e meio de altas consecutivas, o preço do café moído finalmente registrou uma queda de 1,01% em julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pode parecer pouco, mas para quem vinha enfrentando aumentos acumulados de mais de 70% nos últimos 12 meses, essa mudança já traz algum alívio — tanto para o consumidor quanto para quem vive do campo.

Mas afinal, o que está por trás dessa virada? E como ela impacta produtores, investidores e o mercado de commodities?

Enquanto você lê este artigo, outros investidores seguem uma estratégia validadaveja como automatizar suas operações também.

Por que o preço do café disparou tanto?

Entre dezembro de 2023 e meados de 2025, o café foi uma das commodities que mais subiram no Brasil. O movimento foi resultado da lei da oferta e da procura:

  • Menor oferta: geadas, secas e outros problemas climáticos reduziram a safra brasileira, especialmente de arábica.
  • Maior demanda: países como a China aumentaram significativamente o consumo, pressionando o mercado.

Com menos café disponível e mais compradores no mundo, os preços dispararam quase 100% no período.

O que explica a recente queda do café?

Segundo o IBGE, a nova safra brasileira já começa a trazer mais café ao mercado. A colheita, que avança neste período, aumenta a oferta e naturalmente pressiona os preços para baixo.

Outro ponto importante é a boa safra de robusta, que tende a recompor os blends (misturas usadas pelas indústrias). Esse movimento ajuda a equilibrar custos e reduzir a pressão sobre o arábica, que sofreu mais com os problemas climáticos.

Ou seja: mais café disponível = menor pressão sobre os preços.

Produtor deve esperar queda maior?

Aqui é importante ter cautela. "O mercado do café é complexo e influenciado por uma série de fatores globais. A volatilidade do câmbio, por exemplo, pode impactar diretamente os custos de exportação e importação", alerta o analista Guto Gioielli. Outros pontos que merecem a atenção, são:

  • Nova legislação europeia: regras ambientais mais rígidas podem aumentar custos de produção e exportação.
  • Disputa por matéria-prima: torrefações, exportadores e indústrias de café solúvel competem pelos mesmos grãos.

Portanto, não dá para apostar em quedas bruscas ou imediatas.

Impactos práticos para o produtor rural

Para quem produz café, essa oscilação mostra a importância de estar atento às ferramentas de proteção de preços (hedge) e ao planejamento.

Exemplo prático:

  • Se o produtor fixa parte da produção antecipadamente em contratos futuros, ele se protege de quedas repentinas.
  • Se deixa tudo para vender no físico, fica mais exposto às variações diárias do mercado.

Esse tipo de análise de risco é acompanhada diariamente na Sala Trader do Portal das Commodities, onde especialistas ajudam produtores a entender melhor o comportamento do mercado e a tomar decisões mais seguras.

E para os investidores em commodities?

A queda do café também abre espaço para estratégias no mercado financeiro. Quem investe em contratos futuros de café pode usar o momento para:

  • Reavaliar posições: investidores que estavam comprados (apostando na alta) podem sofrer perdas, mas quem estava vendido (apostando na queda) se beneficia.
  • Diversificar: o café é uma commodity de alta volatilidade. Operar contratos futuros ou ETFs ligados ao agronegócio pode reduzir riscos.
  • Buscar pontos de entrada: quedas após ciclos longos de alta muitas vezes oferecem oportunidade de compra para quem acredita em nova recuperação.

Em resumo: para o investidor, o café segue sendo um ativo de risco elevado, mas que pode gerar boas oportunidades para quem entende o ciclo e sabe usar ferramentas de proteção, como ordens de stop e estratégias de hedge.

Olhando para frente: o que esperar?

O USDA projeta que a safra 2025/26 do Brasil deve alcançar:

  • 40,9 milhões de sacas de arábica (queda de 6,4% em relação ao ciclo anterior).
  • 24 milhões de sacas de robusta (alta de 14,8%).

Se essa previsão se confirmar, o robusta será peça-chave no equilíbrio do mercado nos próximos meses.

Para o consumidor, a notícia é positiva: os preços podem se estabilizar. Para o produtor e o investidor, o desafio continua sendo planejar bem a comercialização e as estratégias de investimento para não perder margens em um mercado que segue volátil.




Fonte: https://monitordomercado.com.br/noticias/mercados/293599-preco-do-cafe-cai-pela-primeira-vez-apos-18-meses-em-alta/



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