O mercado de commodities agrícolas tem mostrado muita indecisão. Para quem produz café, soja, milho ou boi gordo, esse cenário pode gerar dúvidas na hora de tomar decisões — especialmente com o relatório do USDA prestes a sair nesta sexta-feira (14).
Neste artigo, vamos explicar de forma simples o que está acontecendo, por que os preços estão oscilando e como isso impacta o produtor rural no dia a dia.
A análise é baseada nas observações de Guto Gioielli, analista CNPI e fundador do Portal das Commodities, que acompanha de perto os contratos futuros e o ritmo das exportações.
O que movimentou o mercado agrícola nesta semana
Segundo Gioielli, o café continua sendo o centro das atenções. Depois de semanas de forte volatilidade e realização de lucros, os preços passaram por ajustes influenciados por dois pontos principais:
- Fatores técnicos, como suportes e resistências dos contratos futuros;
- Dados de exportação, que mostraram enfraquecimento na demanda externa.
Além disso, produtores e investidores monitoram o clima no Brasil e na Ásia, onde chuvas irregulares, monções e até tufões têm afetado as lavouras.
Esse tipo de movimento — quando análise climática e fluxo de exportações influenciam diretamente o preço — é acompanhado diariamente na Sala Trader do Portal das Commodities, onde os produtores conseguem visualizar o impacto real nos contratos futuros.
Exportações de café caem e pressionam cotações
Os dados mais recentes do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostram recuos importantes nas importações dos principais países compradores:
- EUA: 4,711 milhões de sacas (queda de 28,1%)
- Alemanha: 4,339 milhões de sacas (queda de 35,4%)
- Itália: 2,684 milhões de sacas (queda de 19%)
- Bélgica: redução de 47,5%
Em outras palavras: o mundo está comprando menos café brasileiro.
Gioielli explica que parte desse movimento ocorre porque o Brasil tem menos oferta exportável. A safra mais apertada reduziu os embarques e deixou o fluxo mais lento.
E quando a exportação encolhe, os compradores internacionais ficam mais cautelosos — e isso pressiona os preços internos.
Mesmo assim, o arábica segue o carro-chefe das exportações brasileiras (79,9% do total), com 26,6 milhões de sacas embarcadas no ano. Porém, esse volume também caiu 12,5% em relação ao ano passado.
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Robusta pressionado e clima no radar
O robusta (ou conilon) também sente pressão, principalmente pela colheita concentrada no Sudeste Asiático. Com mais produto disponível no exterior, os contratos trabalham próximos a suportes técnicos, após semanas dentro de uma faixa estreita de preços.
Esse é um comportamento comum no mercado futuro: quando há maior oferta, o contrato tende a testar regiões de preço mais baixas (suporte).
Clima segue como fator decisivo
O clima volta a aparecer como fator-chave:
- Brasil: chuvas irregulares deixam em aberto o tamanho real da próxima safra.
- Ásia: monções e tufões trazem riscos e incertezas à produção.
Para o produtor, isso significa que os preços podem reagir muito rapidamente a qualquer novidade climática — tanto para cima quanto para baixo.
O que o produtor pode fazer agora
Diante desse cenário de incerteza em torno do café — e de outras commodities como soja, milho e boi gordo — algumas práticas ajudam a minimizar riscos:
- Acompanhar o mercado diariamente: Oscilações técnicas e dados de exportação mexem com os preços. Estar informado permite agir antes da virada do mercado.
- Usar contratos futuros como proteção (hedge): Se o produtor teme queda no preço, pode travar parte da produção. Se teme alta dos insumos, também pode se proteger.
- Ficar atento aos boletins climáticos: Tanto Brasil quanto Ásia estão enfrentando variações bruscas. Pequenas mudanças podem gerar grandes movimentos nos preços.
- Planejar a safra com calma: Em períodos de volatilidade, decisões impulsivas costumam custar caro.
Esse tipo de orientação é reforçado diariamente na Sala Trader do Portal das Commoditie
Postado por:
Thiago de Souza Lopes
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