Geada, estiagem e umidade: Entenda os riscos do inverno para o agro

Geada, estiagem e umidade: Entenda os riscos do inverno para o agro

A chegada da estação liga uma série de alertas para os agricultores e investidores

20/06/2025 Fonte original

Foto: Imagem: Luca Erbes

O inverno começa oficialmente nesta sexta-feira (20), às 23h42. Com sua chegada, o produtor rural pode esperar uma série de desafios. A estação, marcada por geadas, estiagens e excesso de umidade em algumas regiões, pode afetar diretamente a produtividade de culturas como café, milho, cana-de-açúcar, hortaliças e frutas cítricas, além de impactar a pecuária de corte e leite.

Neste artigo, vamos explicar de forma simples como o inverno interfere no mercado de commodities, como se proteger e o que você pode fazer agora para evitar prejuízos.

Geadas: risco real para café, milho e cana

Nas regiões mais frias do Brasil, como o Sul, Sudeste e áreas de altitude do Centro-Oeste, o risco de geada é alto durante o inverno.

As geadas ocorrem quando a temperatura próxima ao solo cai abaixo de 0°C. Isso forma cristais de gelo nas folhas, prejudicando o desenvolvimento da planta. As culturas mais sensíveis são:

  • Café: as geadas podem queimar folhas e galhos, afetando a produção dos anos seguintes.
  • Milho segunda safra: no estágio reprodutivo, o frio pode comprometer a formação de espigas.
  • Cana-de-açúcar: além de perder produtividade, a planta acumula mais fibra e menos açúcar.
  • Hortaliças e frutas cítricas: ficam vulneráveis a danos e perda de qualidade.

🔎 Como se proteger?

Você pode adotar medidas preventivas como:

  • Irrigação noturna para evitar o congelamento do solo;
  • Uso de coberturas vegetais ou plásticos nas lavouras;
  • Plantio escalonado, para não concentrar tudo no período mais frio.
  • As estratégias para se proteger financeiramente desse tipo de problema são discutidas diariamente na Sala Trader do Portal das Commodities, com análises que ajudam o produtor e o investidor a agirem rápido em cenários de risco.

Estiagem afeta pastagens e produção de leite

Em boa parte do Brasil, o inverno também é sinônimo de seca. A baixa pluviosidade afeta diretamente a formação de pastagens e a produtividade de culturas perenes, como café e frutíferas.

Menos chuva significa:

  • Menor crescimento da forragem, impactando a alimentação de bovinos de corte e leite;
  • Aumento nos custos com suplementação alimentar e ração;
  • Queda na produção de leite, com impacto no preço pago ao produtor.

🔎 O que fazer?

  • Planejar a formação de silagem ainda no outono, para garantir reserva alimentar;
  • Avaliar o uso de sistemas de irrigação em áreas estratégicas;
  • Monitorar o consumo de água dos animais e das lavouras.

Umidade excessiva: fungos e pragas nas lavouras

Já em regiões como o Norte e o Sul do país, o inverno pode trazer chuvas acima do normal. Isso favorece o surgimento de doenças fúngicas e infestações de pragas, exigindo maior aplicação de defensivos agrícolas.

O problema é que esse aumento nos custos diminui a margem de lucro e pode inviabilizar colheitas com baixa produtividade.

O que os invernos anteriores nos ensinaram?

A história nos ensina que anos de inverno rigoroso já trouxeram prejuízos significativos. Em 2021, por exemplo, o agro registrou perdas relevantes em:

  • Café, com danos estruturais nas lavouras;
  • Milho segunda safra, que sofreu com geadas severas;
  • Cana-de-açúcar, que teve produtividade reduzida.

Por outro lado, quando o inverno é mais ameno e seco, outras culturas podem se beneficiar:

  • Trigo e cevada, que precisam de frio moderado para se desenvolver;
  • Milho segunda safra, desde que não haja geadas;
  • Café, que pode se recuperar se o frio for leve e bem distribuído.

Como o inverno afeta o mercado de commodities?

O comportamento do clima entre junho e setembro tem efeito direto sobre a oferta e os preços de alimentos. Quando há quebra de safra, a oferta diminui e os preços sobem — tanto para o produtor quanto para o consumidor final.

Isso afeta:

  • O preço do boi gordo, que pode subir com menor oferta de pasto e aumento no custo da engorda;
  • O mercado de milho, que reage à quebra de safra com alta nos preços dos contratos futuros;
  • A formação de preços no mercado spot, influenciada pelo “basis” (diferença entre o preço local e o contrato futuro).

Entender esses movimentos é essencial para o produtor que quer aprender a fazer hedge, proteger seu caixa e evitar prejuízos com a volatilidade.

Planejamento é a chave para atravessar o inverno

O inverno é sempre um momento de alerta para o produtor rural. Mesmo com boas expectativas para algumas culturas, os riscos climáticos exigem preparação, informação e ação rápida. Avalie o custo-benefício de instalar irrigação e alterne entre culturas para diluir os riscos.

A dica é clara: acompanhe o clima, entenda o mercado e tome decisões com base em dados e planejamento. E se quiser ajuda para interpretar os sinais do mercado, a Sala Trader do Portal das Commodities está ao seu lado, com análises em tempo real e orientações práticas para proteger suas finanças.




Fonte: https://monitordomercado.com.br/noticias/272216-inicio-de-inverno-traz-riscos-climaticos-a-producao-de-commodities/



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