O Brasil começou 2025 com força total na produção pecuária. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o primeiro trimestre registrou os melhores resultados da série histórica para abates de bovinos, suínos e frangos, além de aumentos na captação de leite e na produção de ovos.
Para quem é produtor rural ou está começando no mercado de commodities agropecuárias, entender esses movimentos é essencial para tomar boas decisões — seja para vender, travar preços ou investir.
Abate de bovinos cresce com destaque para as fêmeas
O abate de boi gordo somou 9,87 milhões de cabeças entre janeiro e março de 2025, um crescimento de:
- 4,6% em relação ao mesmo período de 2024
- 1,9% em comparação ao último trimestre de 2024
O destaque vai para o aumento no abate de fêmeas, que cresceu 11,3% na comparação anual. Esse movimento sinaliza que muitos pecuaristas estão reduzindo a reposição do rebanho, principalmente por conta da queda no preço do bezerro — uma tendência que já vem desde 2022.
Outro ponto importante é o crescimento no abate de novilhas (fêmeas mais jovens), impulsionado pela demanda por carne de melhor qualidade, especialmente para exportação.
🔎 Como isso impacta o produtor?
O aumento do abate de fêmeas pode indicar descapitalização e também aponta para uma possível virada de ciclo no mercado do boi gordo. Para quem trabalha com cria, atenção redobrada com os custos e planejamento.
- 📚 Se você quer entender melhor como proteger preços e fazer hedge na pecuária, o Curso do Boi é o caminho ideal.
Suínos crescem, mas com cautela
O abate de 14,33 milhões de suínos cresceu 1,6% na comparação anual, mas caiu 0,8% em relação ao trimestre anterior. Segundo o IBGE, o setor vem ajustando o ritmo para não gerar excesso de oferta.
A China, que já foi o principal comprador da carne suína brasileira, reduziu suas compras. Em compensação, mercados como Filipinas aumentaram sua participação.
🔎 E para o produtor?
O equilíbrio entre oferta e demanda é fundamental para manter preços estáveis. Fique atento ao custo de produção e à viabilidade de exportação.
Frango bate recorde com ajuda da exportação
Com 1,64 bilhão de frangos abatidos, o Brasil alcançou o maior volume da série histórica. O crescimento foi de:
- 2,3% frente ao 1º trimestre de 2024
- 1% em relação ao trimestre anterior
A produção foi impulsionada por 20 das 26 unidades da federação e favorecida pelo status sanitário do Brasil, que segue livre de gripe aviária, fator decisivo para as exportações.
🔎 Impacto no dia a dia
Para os integrados, isso pode significar mais demanda por alojamento e maior giro. Para quem vende insumos, fique atento ao aumento do volume de produção.
Captação de leite cresce com destaque para o Sul
O volume captado de leite cru chegou a 6,49 bilhões de litros, uma alta de 3,4% na comparação com o 1º trimestre de 2024.
- O Sul do país lidera, com 39,6% da produção nacional;
- O Sudeste vem logo atrás, com 36,3%;
- O Centro-Oeste completa o pódio com 10,9%.
O Paraná foi o estado com maior crescimento (+10,1%), e o Nordeste bateu recorde no período.
O preço médio ao produtor foi de R$ 2,76, com alta de 22,1% em relação ao ano anterior.
🔎 O que o produtor deve observar?
Alta no preço do leite pode abrir espaço para melhor margem, mas é importante acompanhar os custos com alimentação e o risco de recuo nos próximos meses.
Produção de ovos cresce com força
A produção chegou a 1,2 bilhão de dúzias, um crescimento de 8,3% em relação ao 1º trimestre de 2024. Segundo o IBGE, os preços subiram com força nesse período — o IPCA apontou alta de 31,7% nos preços dos ovos entre janeiro e março.
Essa valorização foi puxada por:
- Maior consumo durante a Quaresma
- Aumento no custo de ração
- Crescimento das exportações, com destaque para os EUA
🔎 Dica para quem está na avicultura de postura
Com os preços valorizados, é hora de revisar margens, planejar novas compras e ficar de olho nas exportações.
Couro também tem crescimento
A aquisição de couro pelos curtumes chegou a 10,75 milhões de peças, com alta de 15,7% na comparação com o 1º trimestre de 2024. A maior parte veio de frigoríficos e prestadores de serviço.
Embora seja um subproduto do abate, o couro pode representar renda adicional para pecuaristas, especialmente em períodos de maior atividade industrial.
O que o produtor pode fazer agora?
Com os dados do IBGE em mãos, o produtor pode tomar melhores decisões com base no comportamento do mercado:
- Fique atento ao aumento do abate de fêmeas e à possível virada de ciclo do boi gordo
- Aproveite o momento positivo do leite e dos ovos, mas com planejamento de custos
- Monitore as exportações — elas seguem influenciando os preços de suínos, frangos e ovos
- Use ferramentas de hedge e planejamento financeiro para se proteger da volatilidade
E lembre-se: a Sala Trader do Portal das Commodities está aberta todos os dias com análises em tempo real, para você acompanhar os movimentos do mercado e agir com mais confiança.
Fonte: https://monitordomercado.com.br/noticias/269308-abate-de-bovinos-suinos-e-frangos-bate-recorde-no-1o-trimestre/
Mais notícias:

