O crédito rural no Brasil sofreu uma redução significativa no segundo semestre de 2024, registrando uma queda de 22,2% em relação ao mesmo período de 2023. O volume contratado recuou de R$ 261 bilhões para R$ 203 bilhões, de acordo com a matriz de crédito rural do Banco Central. Além disso, o número de contratos caiu 13,5%, e o valor médio por contrato diminuiu quase 10%, passando de R$ 200 mil para R$ 180 mil.
Desempenho por região:
A retração foi observada em todas as regiões do país, com destaque para:
- Centro-Oeste: Redução de 20,7% no valor contratado, totalizando R$ 45,1 bilhões.
- Norte: A maior queda percentual, com recuo de 25,5%, chegando a R$ 14 bilhões.
- Sul e Sudeste: Contratações diminuíram em 18% e 14,3%, respectivamente.
- Nordeste: Apesar de liderar em número de contratos, sofreu queda de 20,7% no valor total contratado.
O crescimento dos financiamentos privados
Enquanto os recursos tradicionais enfrentaram retrações, os financiamentos privados ao agronegócio avançaram 31,5% em 2024, atingindo R$ 1,2 trilhão em novembro. Esses financiamentos incluem instrumentos como títulos do agronegócio, emitidos com o suporte de entidades financeiras e reguladoras.
Essa migração reflete a busca por alternativas em um cenário de restrições orçamentárias e políticas mais rigorosas para o crédito público. O avanço do financiamento privado pode trazer mais flexibilidade, mas também exige maior planejamento por parte dos produtores para lidar com taxas e condições de mercado.
O cenário destaca uma transformação importante no modelo de financiamento do agronegócio brasileiro, que enfrenta desafios, mas também explora novas oportunidades.
Fonte: https://www.canalrural.com.br/economia/credito-rural-recua-no-segundo-semestre-de-2024-mas-financiamentos-privados-crescem/