Entraves no Crédito Rural

Entraves no Crédito Rural

safra 2024/2025 sofre queda no desembolso de crédito rural, com Pronamp em alta e Pronaf em baixa

15/10/2024 Fonte original

Foto: canva

O crédito rural, essencial para a produção agrícola no Brasil, registrou uma queda significativa nos primeiros três meses do Plano Safra 2024/2025, de acordo com um relatório da Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo). Os números revelam que o estado de São Paulo desembolsou R$ 11 bilhões nesse período, uma redução de 30,4% em comparação à safra anterior. O número de contratos também diminuiu, passando de 18,9 mil para 16,4 mil, uma queda de 13,2%.

aumento do Pronamp em meio à retração geral

No cenário nacional, o crédito rural totalizou R$ 112,8 bilhões, o que representa uma redução de 31,1% em comparação ao mesmo período da safra anterior. O número de operações também caiu drasticamente, de 733 mil para 522 mil (-28,8%). Apesar do quadro negativo, o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) mostrou crescimento, com aumento de 5,8% no valor desembolsado no Brasil e 10,8% em São Paulo. Em contrapartida, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) registrou queda em ambos os cenários.

A Faesp sugere que a migração de produtores de um programa para outro, devido à faixa de renda, pode ser um dos fatores explicativos. Produtores que anteriormente se enquadravam no Pronaf agora podem estar se ajustando ao Pronamp, já que a Renda Bruta Familiar (RBF) para a Agricultura Familiar permaneceu em R$ 500 mil.

destino do crédito rural

O relatório detalha ainda os destinos dos recursos dentro do Plano Safra em âmbito nacional. A maior parte, 65,5% (R$ 73,8 bilhões), foi destinada ao custeio, seguido por 18% (R$ 20,3 bilhões) para investimentos, 7,4% (R$ 8,3 bilhões) para industrialização e 9,1% (R$ 10,3 bilhões) para comercialização. Esses números indicam uma redução tanto no valor desembolsado quanto no número de contratos em todas as finalidades em comparação à safra anterior.

Dentre os programas de investimento, Moderfrota e Renovagro lideraram o valor desembolsado, mas ambos apresentaram quedas expressivas de 52,7% e 37,4%, respectivamente. Outros programas também registraram retração.

causas da desaceleração

A Faesp avalia que, mesmo com a alegação do Banco Central de que operações ainda estão em trânsito e não foram lançadas, os dados mostram uma desaceleração no crédito rural. Entre os fatores apontados para a queda estão a dificuldade dos produtores em apresentar garantias, a existência de operações inadimplentes ou repactuadas, a redução do limite de crédito dos tomadores e a menor propensão à tomada de crédito, especialmente para investimentos, em função da queda nos preços das commodities e da compressão das margens de lucro.

Em suma, o cenário do crédito rural no Brasil e em São Paulo enfrenta entraves significativos, com uma desaceleração no ritmo das contratações e desafios econômicos que afetam o setor agrícola.




Fonte: https://www.canalrural.com.br/agricultura/desembolso-do-credito-rural-tem-queda-de-31-nos-primeiros-3-meses-do-plano-safra-24-25/



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