Nos últimos meses, a trajetória da arroba do boi gordo tem surpreendido o mercado, refletindo uma dinâmica complexa que promete agitar o setor. Em janeiro de 2024, o preço era de R$ 249,65, mas em junho caiu para R$ 220,70, atingindo uma baixa significativa. No entanto, a partir de julho, o cenário começou a mudar, e em setembro, o valor já havia subido para R$ 255,45.
A pergunta que fica é: qual é a expectativa para o restante do ano? Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, destaca que as escalas de abate estão em níveis apertados, a menor da temporada, o que deve influenciar o comportamento dos preços.
“Em outubro, veremos um aumento no número de animais confinados no mercado brasileiro. Isso poderá aliviar a pressão sobre as escalas de abate, mas não significa que os preços irão cair. Eles devem continuar a subir, embora de forma mais gradual”, explica Iglesias.
Além disso, mesmo com o aumento das chuvas em outubro, a recuperação das pastagens será um processo lento. O mercado terá que se adaptar para atender a demanda por animais terminados em confinamento, já que os que são terminados a pasto só estarão disponíveis em 2025, dependendo das decisões dos pecuaristas.
Diante desse cenário, a possibilidade de a arroba do boi gordo ultrapassar os R$ 300 já no início de 2025 não pode ser descartada. O mercado está em constante evolução, e as próximas semanas prometem ser cruciais para a definição dos rumos do setor.