Minas Gerais continua a ser um dos principais líderes na produção mineral do Brasil, frequentemente alternando essa posição com o Pará. Em 2023, o estado contribuiu com R$ 103,6 bilhões, representando 41,7% do valor total da produção mineral nacional, que alcançou R$ 248,2 bilhões.
Embora o minério de ferro continue sendo o carro-chefe da produção mineral mineira, Minas Gerais tem diversificado sua cesta de minerais. O estado é o maior produtor de ferro do Brasil e o único produtor de lítio no país, além de ter uma crescente participação em outros minerais como ouro e nióbio. Esta diversificação confere a Minas Gerais uma vantagem significativa sobre o Pará, seu principal concorrente na liderança mineral. Além dos minerais mencionados, o estado se destaca na produção de fosfato, bauxita, grafita, rochas ornamentais e outros.
No entanto, a preponderância do minério de ferro trouxe desafios significativos para Minas Gerais. Os desastres ambientais recentes em Mariana e Brumadinho, juntamente com a proximidade crescente das atividades de mineração com áreas urbanas, têm gerado conflitos e complicações para o licenciamento de novos empreendimentos. Apesar desses problemas, a produção de minério de ferro no estado deve continuar a crescer, impulsionada por investimentos substanciais. De acordo com dados do IBRAM, dos US$ 64,5 bilhões de investimentos previstos para o período de 2024 a 2028, cerca de US$ 17,23 bilhões (ou 30,6%) serão alocados para projetos de mineração em Minas Gerais, incluindo logística e iniciativas socioambientais. Muitos desses investimentos visam modernizar processos para evitar o uso de barragens para rejeitos e reabilitar estruturas desativadas.
Além do minério de ferro, o lítio e as terras raras estão se destacando como segmentos promissores em Minas Gerais. Esses minerais são essenciais para a transição energética e o combate às mudanças climáticas. O estado está experimentando uma verdadeira corrida para descobrir e expandir as reservas de lítio e terras raras, com um número recorde de requerimentos de pesquisa. Dados da agência Invest Minas mostram que, em apenas um ano, os pedidos de pesquisa para lítio cresceram de aproximadamente 500 para 1.700, mais que triplicando. As terras raras também estão em destaque, com projetos em várias fases, desde exploração até iminente implantação.
Minas Gerais abriga os principais produtores de minério de ferro, os maiores produtores de ouro (Kinross e AngloGold Ashanti), o principal produtor de nióbio (CBMM), o único produtor de grafita, além dos atuais produtores de lítio (AMG, CBL, Sigma) e o maior produtor brasileiro de zinco. Com uma base mineral robusta e diversificada, o estado está bem posicionado para continuar a desempenhar um papel crucial na indústria mineral brasileira.
Fonte: https://www.brasilmineral.com.br/noticias/o-futuro-das-minas-gerais-vai-alem-do-minerio-de-ferro