Inflação no Brasil: Divergências e Expectativas para a Política de Juros

Inflação no Brasil: Divergências e Expectativas para a Política de Juros

Economistas Analisam a Inflação e o Impacto Potencial na Selic

28/08/2024 Fonte original

Foto: canva

A recente desaceleração da inflação no Brasil, conforme revelado pelo IPCA-15 de agosto, trouxe uma leve esperança, mas ainda levanta dúvidas significativas sobre o futuro das taxas de juros. Com a inflação de alimentos mostrando alívio e uma desaceleração mensal, os economistas continuam a discordar sobre a necessidade de uma alta na Selic pelo Banco Central (BC).

O IPCA-15 de agosto apresentou uma variação positiva de 0,19%, abaixo dos 0,30% registrados em julho e dos 0,39% em junho. No entanto, a visão sobre a tendência de inflação continua dividida. Alexandre Maluf, economista da XP, observa que, embora os preços de alimentos estejam em queda após aumentos significativos no primeiro semestre, a inflação subjacente, especialmente em serviços, permanece elevada. Os núcleos de inflação e os preços dos serviços continuam a girar acima da meta de 3%, o que pode exigir uma resposta do BC para evitar uma inflação persistente.

Mirella Hirakawa, da Buysidebrazil, destaca que, apesar da desaceleração marginal, a inflação de serviços continua alta. Os dados trimestrais mostram que o núcleo dos serviços não caiu tanto quanto o BC esperava, sugerindo que a cautela é necessária. Por outro lado, André Valério, do Inter, acredita que a inflação de serviços pode desacelerar lentamente, e que a política monetária restritiva, combinada com a diminuição do impulso fiscal, pode justificar a manutenção da Selic no curto prazo.

A economista Carla Argenta, da CM Capital, não vê motivos suficientes para uma alta imediata na Selic, citando que a inflação não justifica um ajuste drástico. Leonardo Costa, do ASA, observa uma ligeira melhora nos dados de agosto, mas alerta para a aceleração dos preços dos serviços.

Apesar de alguns economistas preverem que o IPCA encerre 2024 em torno de 4,4%, outros, como Claudia Moreno do C6 Bank, esperam uma inflação final de 4,7%, com um possível aumento no próximo ano. Ela ressalta que, enquanto a inflação de alimentos mostra alívio, a pressão contínua sobre os serviços pode manter a inflação alta.

O consenso é que o BC deve continuar monitorando de perto os dados e, enquanto a inflação de alimentos oferece algum alívio, a persistência dos altos preços de serviços pode manter a política monetária em alerta.




Fonte: https://www.infomoney.com.br/economia/economistas-dizem-que-tendencia-da-inflacao-inspira-cautela-mas-divergem-sobre-juros/



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