No último domingo (21), o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), localizado no centro histórico da capital paulista, atingiu a impressionante marca de R$ 2 trilhões em impostos pagos pelos brasileiros desde o início de 2024. Esse valor representa um aumento de 17,6% em comparação ao mesmo período de 2023, quando a arrecadação era de R$ 1,7 trilhão.
Os impostos incluem tributos, taxas e contribuições, além de multas, juros e correção monetária, destinados aos governos federal, estadual e municipal. O crescimento antecipado foi impulsionado pelo aumento da atividade econômica, renda e emprego, além do impacto da inflação e das mudanças no PIS e Cofins sobre os combustíveis.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, destaca que o sistema tributário brasileiro, que foca principalmente no consumo, contribui significativamente para o aumento da arrecadação conforme os preços de bens e serviços sobem. Ele prevê que, se essas condições persistirem, o ritmo de arrecadação deve continuar acelerado.
O Impostômetro registrou seu primeiro marco de R$ 2 trilhões em 9 de dezembro de 2015, refletindo um crescimento acumulado de 82% nos últimos nove anos, devido ao crescimento econômico e à elevação dos preços. Gamboa enfatiza que a alta carga tributária brasileira, comparável à de países como a Grã-Bretanha, é desproporcional ao nível de desenvolvimento econômico do país, o que pode limitar seu potencial de crescimento.
A antecipação deste marco histórico em relação a 2023 destaca a intensidade das medidas governamentais para aumentar os tributos, como ajustes nas alíquotas do ICMS em diversos estados, atualizações no IPTU e incrementos no IPVA em várias unidades da federação, conforme apontado pelo presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Dr. João Eloi Olenike.