As expectativas sobre a taxa de juros Selic no Brasil têm se deteriorado nas últimas semanas, refletindo no mercado financeiro, especialmente no setor varejista, que é altamente sensível às variações nas taxas de juros.

De acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (17), o mercado acredita que o ciclo de cortes na Selic se encerrou, prevendo a manutenção da taxa em 10,5% até o final de 2024. Essa expectativa impacta negativamente as empresas de varejo, com destaque para Magazine Luiza (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3) e Pague Menos (PGMN3), segundo análise do Santander.

varejistas sob pressão

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá nesta terça-feira (18) para decidir sobre a taxa de juros, cuja decisão será anunciada na quarta-feira (19). Com os juros elevados, a expectativa do Santander é que empresas com maior alavancagem, como Magazine Luiza e Casas Bahia, enfrentem maior pressão devido às suas despesas financeiras e margens já apertadas.

A rede de farmácias Pague Menos também é apontada como uma das mais afetadas pela alta da Selic, refletindo em suas ações fora do principal índice do mercado doméstico.

desempenho das ações

As ações de Magazine Luiza caíram 3,93% no fechamento do mercado, enquanto Carrefour (CRFB3) e Assaí (ASIA3) recuaram 3,89% e 3,43%, respectivamente. As ações da Casas Bahia despencaram 7,07%, e Pague Menos registrou uma queda de 1,79%.

incerteza fiscal e suas consequências

Na semana passada, o mercado ainda esperava um corte de 0,25 ponto percentual na Selic este ano. No entanto, a incerteza sobre a responsabilidade fiscal do governo federal vem minando essa expectativa. O Comitê de Política Monetária já alertava que a falta de disciplina fiscal e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública poderiam aumentar a taxa de juros neutra da economia, dificultando a política monetária e aumentando o custo da desinflação.

perspectivas futuras

Com o cenário atual, as expectativas são de que o mercado continue a observar de perto as decisões do Copom e as políticas fiscais do governo, influenciando diretamente o desempenho das ações e a confiança dos investidores no setor varejista e na economia como um todo.