Foto: seb
As recentes chuvas torrenciais no Rio Grande do Sul não só causaram danos significativos às lavouras de soja, arroz e milho, mas também trouxeram devastação a várias áreas do estado, incluindo a perda de vidas, com pelo menos 13 pessoas confirmadas mortas até o momento. O governo local já decretou estado de calamidade pública devido à gravidade da situação.
Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima, destacou em um recente boletim os enormes transtornos e prejuízos causados pelas chuvas, que afetaram não só as áreas agrícolas, mas também infraestruturas urbanas importantes, como muitas estradas agora bloqueadas.
A zona rural enfrentou danos consideráveis, mas, por sorte, a maior parte das lavouras de soja, arroz e milho já havia sido colhida antes do início das chuvas torrenciais. Apesar dos desafios climáticos, o Rio Grande do Sul segue para se firmar como o segundo maior produtor de soja do Brasil na safra 2023/24, atrás apenas de Mato Grosso, beneficiado em boa parte do ciclo por um clima favorável.
Até a última atualização, a Emater reportou que 66% das áreas de soja e 82% das de milho já foram colhidas, enquanto o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) informou que 78,76% das áreas de arroz já foram colhidas. No entanto, a continuação das chuvas na parte norte do estado e o extremo sul de Santa Catarina mantêm os produtores em alerta.
Adriano Gomes, analista da AgRural, expressou preocupações específicas sobre a qualidade das safras, afirmando que "as chuvas contínuas e sem intervalos de sol significam prejuízos diretos na qualidade dos produtos." Embora a maior parte da soja já tenha sido colhida na região noroeste, a situação no sul, onde ainda há áreas por colher, é particularmente preocupante.
Além disso, a situação é grave para os produtores de arroz, especialmente aqueles nas áreas próximas a rios, que viram suas plantações inundadas. Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz), alertou que muitos produtores estão impossibilitados de colher, com alguns tendo perdido toda a produção.
Com as chuvas previstas para diminuir brevemente no final de semana, há uma pequena janela de esperança antes da chegada de uma nova frente fria, prevista para início de maio, que pode trazer mais precipitações para um solo já saturado.
Esta temporada sublinha a vulnerabilidade da agricultura frente a eventos climáticos extremos, realçando a importância de estratégias adaptativas e de suporte contínuo aos agricultores afetados.
Fonte: https://www.moneytimes.com.br/chuvas-afetam-fase-final-de-safras-de-soja-arroz-e-milho-do-rio-grande-do-sul/
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