Aquecimento ampliado: O El Niño e o novo cenário climático de 2024

Aquecimento ampliado: O El Niño e o novo cenário climático de 2024

Especialistas alertam para um ano recorde em temperaturas e alterações significativas no regime de chuvas do Brasil, sob a influência do El Niño e do avanço do aquecimento global.

05/02/2024 Fonte original

Foto: Pixabay

À medida que 2024 se aproxima, especialistas da Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertam para um ano potencialmente mais quente que o anterior, destacando a combinação de mudanças climáticas com a influência do El Niño. Este fenômeno, conhecido pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, promete estender seu efeito até meados do ano, trazendo consigo não apenas um aumento nas temperaturas globais, mas também uma possível reconfiguração dos padrões de chuva no Brasil.

O ano de 2023 já foi testemunha de temperaturas recordes ao redor do globo, inclusive no Brasil, onde ondas de calor fizeram a temperatura subir a níveis alarmantes. A OMM, uma agência da ONU, em seu mais recente relatório, sugere que esses eventos são precursores de um agravamento na crise climática. A persistência do El Niño até meados de 2024 indica que novas ondas de calor podem estar a caminho.

Petteri Taalas, diretor-geral da OMM, ressalta que, embora o aquecimento global seja o principal vilão por trás do aumento das temperaturas, o El Niño também desempenha um papel significativo, especialmente no ano subsequente à sua formação. O relatório aponta para 2023 como o ano mais quente registrado até o momento, mas prevê que 2024 poderá superá-lo em termos de temperaturas extremas.

No território brasileiro, o El Niño pode ser sinônimo de alterações significativas no clima, desde ondas de calor até mudanças no regime de chuvas. Áreas como o Nordeste e o Norte podem enfrentar secas e estiagens intensas, enquanto o Sul pode ver um aumento nas precipitações. Além disso, o risco de incêndios florestais no Cerrado e na Amazônia tende a aumentar.

O impacto do fenômeno já foi sentido em 2023, com mais da metade dos municípios brasileiros afetados por eventos climáticos extremos, levando a situações de emergência e calamidade pública em muitas localidades. Desastres como inundações, secas, e ciclones extratropicais deixaram marcas profundas no país, evidenciando a vulnerabilidade das regiões frente a tais eventos.

Com o planeta caminhando para ultrapassar a marca de 1,5ºC acima da média pré-industrial já em 2024, a urgência de ações climáticas se faz ainda mais presente. O Acordo de Paris estabelece como meta manter o aumento de temperatura abaixo desse limiar, mas a realidade atual mostra um cenário desafiador, com cientistas alertando para os riscos catastróficos de ultrapassar essa marca.

A previsão de um El Niño ativo em 2024, junto ao contínuo aquecimento global, coloca em perspectiva a necessidade de preparação e adaptação a um clima cada vez mais extremo. Segundo a climatologista Karina Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é crucial reconhecer tanto o impacto imediato do El Niño quanto a tendência de longo prazo do aquecimento global, enfatizando a crescente frequência e intensidade de eventos climáticos extremos.

 




Fonte: https://www.canalrural.com.br/agricultura/el-nino-sera-mais-forte-em-2024-veja-o-que-diz-a-previsao/#:~:text=O%20ano%20de%202024%20deve,estender%C3%A1%20at%C3%A9%20meados%20do%20ano.



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