Por uma segunda-feira com carne!

Por uma segunda-feira com carne!

Cresce no Brasil um movimento importado de outros centros, denominado "meat free monday" (segunda-feira sem carne). Acompanhando essa onda, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou em 2018 uma equivocada lei proibindo, nas segundas-feiras, consumir carne na merenda escolar.

28/08/2023 Fonte original

Foto: gettyimagens

Eduardo Allgayer Osorio Engenheiro agrônomo, professor titular da UFPel, aposentado eosorio@terra.com.br Cresce no Brasil um movimento importado de outros centros, denominado "meat free monday" (segunda-feira sem carne), muito festejado pela comunidade vegana. Acompanhando essa onda, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou em 2018 uma equivocada lei proibindo, nas segundas-feiras, consumir carne na merenda escolar. Ora, é consenso entre os nutricionistas que privar as crianças de comer carne pode levá-las a déficits nutricionais importantes, já que diversos componentes essenciais ao metabolismo infantil somente são encontrados nos alimentos de origem animal. Sobre as proteínas, por exemplo, é cientificamente comprovado que nenhuma de origem vegetal possui um balanço de aminoácidos tão completo quanto as dos tecidos animais. Quanto às vitaminas, não produzidas pelo corpo humano, devem estar contidas nos alimentos consumidos e as do complexo B, essenciais à produção de glóbulos vermelhos, somente estão presentes nos produtos de origem animal, podendo uma alimentação deficiente em vitamina B12 levar a um quadro de anemia, tão frequente em crianças malnutridas. Reportando ao processo evolutivo humano, estudos comprovam que durante o longo percurso temporal que levou nossos ancestrais ao Homo sapiens, o aumento do volume do cérebro aconteceu concomitante a mudanças havidas no hábito alimentar. Sabendo que o tecido cerebral requer um aporte de energia muito superior ao demandado por outros tecidos (requer dezesseis vezes mais energia do que igual quantidade de tecido muscular em repouso) compreende-se a preferência instalada, desde o "tempo das cavernas", pelo consumo de carne (possui o dobro da energia contida em igual quantidade de frutas e dez vezes mais calorias do que os vegetais fibrosos). A predileção pela carne dos grandes animais permitiu aos pré-humanos suprir suas necessidades nutricionais com uma única refeição (animais irracionais gastam quase a totalidade do tempo na busca por alimentos), liberando tempo para o manejo de instrumentos e para o planejamento de ações estratégicas, favorecendo a evolução cultural. Nossos primos chimpanzés, com um volume cerebral em torno de 400 cm³ (o cérebro humano tem ao redor de 1.500 cm³), satisfazem suas necessidades alimentares consumindo alimentos de origem animal em quantidade inferior a 5% do total ingerido, levantando a questão: tivesse a atual teoria vegana sido adotada desde os primórdios da evolução humana, seríamos hoje tão "inteligentes" quanto um chimpanzé? Se pairam dúvidas, basta comparar a inteligência dos animais "comedores de capim" com a dos animais carnívoros, dentre os quais nos incluímos. Sobre a impropriedade de consumir carne, não se tem notícia de algum especialista em nutrição humana que exclua, nas dietas prescritas, a ingestão de produtos de origem animal. Longe de seguir uma orientação científica, o discurso vegano acompanha o interesse de poderosas organizações internacionais que, sem desfrutar condições para competir com países como o nosso, um campeão mundial na produção de proteína animal, promovem factoides de apelo midiático que lhes favoreçam




Fonte: https://diariopopular.com.br/opiniao/por_uma_segunda_feira_com_carne__.539297



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