China: economia do gigante asiático está desacelerando

China: economia do gigante asiático está desacelerando

Política de propagação zero da Covid-19 tem cobrado preço alto da economia chinesa, com especialistas apontando a possibilidade de estagflação. Crescimento no segundo trimestre não alcançou nem metade da projeção inicial.

15/07/2022

Foto: Shengpengpeng Cai

Nesta sexta-feira, 15, foram divulgados novos dados em relação à economia chinesa, que foi fortemente afetada ao longo dos últimos dois anos e meio por conta dos efeitos do covid-19. Segundo informações apuradas pela agência Reuters, no segundo trimestre deste ano o crescimento da economia da China foi fortemente reduzido, sobretudo, por conta de fechamentos generalizados das atividades em algumas regiões — os chamados lockdowns.

Aumento da taxa de juros, inflação e PIB

Apesar dos avanços, diversas regiões da China ainda adotam uma política extremamente agressiva contra a Covid-19, medida que tem cobrado o seu preço nos números do país. Nos últimos meses, algumas localidades constataram novos casos da doença e entraram em lockdown, um encerramento quase que total das atividades econômicas, educacionais e mesmo de transporte.

De acordo com as novas informações, o temor em relação a uma recessão global e ao aumento da inflação também chegou na China. A alta das taxas de juros internacionais tem causados efeitos sobre a região asiática, alinhado também aos efeitos do persistente conflito russo-ucraniano, que pressiona as cadeias logísticas globais e a oferta das commodities.

Entre os meses de abril e junho deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu somente 0,4% em relação ao mesmo período de 2021, longe das altas taxas de crescimento que o país registrava há alguns anos. A expectativa de crescimento para o período era de 1%, não alcançando nem metade do que foi estimado inicialmente, segundo apurado pela Reuters.

Estagflação

Segundo os especialistas ouvidos pela agência Reuters, a economia chinesa corre sérios riscos de estagflação, ou seja, um período de estagnação econômica e alta da taxa de inflação. Os riscos de não crescer já chegaram aos olhos e ouvidos do governo.

Ainda na análise dos especialistas, espera-se que o governo chinês crie medidas de estímulo a economia ao longo dos próximos meses, considerando a possibilidade de estagflação que paira sobre o país. Apesar da possibilidade de estímulo, ainda não há indicação de que o Banco do Povo da China, a principal instituição bancária do país, reduza a taxa de juros — em razão da inflação.




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Gustavo Ferreira Felisberto





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