Nesta semana, a principal criptomoeda do mundo, o Bitcoin, atingiu o seu menor valor em mais de seis meses. Ontem, a cripto atingiu a cotação de U$33 mil, ante os US$ 68 mil que havia alcançado em outubro do ano passado, criando um efeito em cascada de queda no mercado de moedas digitais.
A queda explicada
Essa queda pode ser explicada por dois motivos. Criptomoedas são ativos de risco. Dito isto, seus preços tendem a amplificar as oscilações do sentimento dos investidores. Em tempos de otimismo, quando a maioria dos preços sobe, esses ativos tendem a ganhar mais. Em tempos de pessimismo, ocorre um movimento inverso.
O declínio das criptomoedas segue o movimento de outros ativos mais "tradicionais". Por exemplo, há uma alta correlação com o índice de ações Nasdaq, que também teve um declínio acentuado.
Isso se deve ao ajuste do mercado às taxas de juros mais altas e à liquidez mais apertada. Em momentos como esses, os ativos que dependem mais de taxas de juros mais baixas se depreciam. No caso das principais criptomoedas, a liquidez está amplificando esse movimento. O volume de negociação de criptomoedas é alto. Seus mercados operam continuamente e, devido à velocidade do movimento, montar e desmontar a estratégia high-low é muito simples.
Criptoinverno?
O fenômeno de criptoiverno ocorre quando as cotações das criptos registram quedas gerais por meses seguidos, mesmo que ocorram altas pontuais.
O conceito remete ao que aconteceu em 2018, quando o Bitcoin caiu 80%. Isso semeou pânico no mercado de criptomoedas e fez com que a grande maioria das moedas digitais despencasse com ele.
Foi somente em meados de 2019 que o mercado de criptomoedas deu sinais de recuperação, graças a investimentos recordes de instituições tradicionais, como bancos e grandes fundos de investimento.