Nesta terça-feira, 26, as negociações de futuros de trigo e milho subiram ao longo do dia nos Estados Unidos (EUA), segundo especialistas ouvidos pela agência Reuters, a preocupação com o clima nas principais áreas de produção e a extensão da colheita puxaram a alta de hoje.
Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) e sua relação com a queda da soja nos EUA
Em relatório de projeção divulgado nesta tarde, a ANEC aumentou as estimativas de exportação de soja do Brasil, passando para mais de 12 milhões de toneladas somente neste mês, mas com expectativa abaixo do volume exportado ao longo do mês de março.
Apesar da estimativa, os números divulgados hoje foram suficientes para causar a diminuição no valor de negociações dos futuros de soja na Bolsa de Chicago, somando-se com indicativos de que os EUA ainda seguem competitivos frente a acordos com o gigante da Ásia, a China, a principal compradora.
Trigo e o conflito na Ucrânia
Registrando alta ao longo do dia, as negociações de futuros de trigo nos EUA sentem os efeitos do relatório divulgado ontem pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), que classificou a qualidade da safra de trigo. Segundo o USDA, apenas 27% do trigo de inverno do país está em boas condições, representando o menor percentual para o período desde 1989.
A razão do baixo percentual é a seca que atinge especialmente o chamado “cinturão de trigo das Planícies”, região que concentra parte importante do plantio da gramínea em território norte-americano.
“Uma safra mais baixa de trigo dos EUA agravaria ainda mais o aperto de oferta no mercado de trigo, uma vez que a Ucrânia provavelmente crescerá significativamente menos trigo este ano por conta da guerra”, avaliou o banco um dos maiores bancos da Alemanha em comentário para a agência Reuters.
Plantio de milho abaixo da projeção inicial
No mesmo relatório, o USDA divulgou dados sobre o plantio da safra de milho, indicando que os trabalhos estão mais lentos do que era inicialmente esperado. Até o último domingo, apenas 7% do plantio estava completo, ficando 8 pontos percentuais abaixo da média registrada ao longo dos últimos cinco anos, impulsionando assim a alta dos futuros de milho nos EUA.
Matt Zeller, diretor da corretora de commodities StoneX, afirmou que “a campanha de plantio de milho dos EUA ainda tem tempo antes de colocar um enorme amassado na produção potencial, mas os mapas de previsão são implacavelmente frios e molhados”, sobre a expectativa de tempo nas regiões de plantio.