Brasil e a exportação de energia renovável: países vizinhos e oportunidade

Brasil e a exportação de energia renovável: países vizinhos e oportunidade

Apesar de fortes críticas sobre suas políticas ambientais, governo brasileiro tenta vender visão de "comprometimento e oportunidade" com fontes renováveis de energia. Ministro ressalta potencial de geração de energia offshore e de hidrogênio para exportação.

06/04/2022

Foto: Nicholas Doherty/Unsplash

Na semana passada, Joaquim Leite, Ministro do Meio Ambiente, indicou que o Brasil pode passar a exportar energia de fontes renováveis, buscando atender a demanda internacional por energia verde. Em entrevista para a rede de notícias CNN, o Ministro afirmou que “o Brasil tem uma oportunidade de geração de energia offshore e hidrogênio verde para exportação”.


Brasil e a exportação de energia

Em janeiro deste ano, em meio à demanda excepcional de energia por parte dos argentinos, em razão de uma onda de calor que atingiu o país, o Brasil exportou energia para o país vizinho durante um período. Na época, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Ciocchi, afirmou que “uma das coisas que funciona bem aqui no Cone Sul é a integração energética Brasil-Argentina-Uruguai”, em comentário ao jornal Estadão.

Além de exportar, o Brasil também realiza a compra de energia de seus vizinhos, como a própria Argentina e o Paraguai, este por meio da Usina Hidrelétrica de Itaipu — um empreendimento de construção e gestão binacional. Por meio de um acordo bilateral, o Brasil costumar comprar a produção excedente que o Paraguai tem direito, gerando também receita ao país vizinho que consome, expressivamente, menos energia do que tem direito da parcela de Itaipu.

Apesar da exportação para a Argentina, governada pelo Presidente Alberto Fernández, o Brasil também já importou energia do país vizinho. A situação ocorreu no ano passando, em meio a crise hídrica vivida em território nacional, forçando a necessidade de importação também de energia do Uruguai, além da tradicional compra do excedente paraguaio.


Energia sustentável, ativo internacional

Mesmo com a extinção da área de clima e energia renovável no Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores (MRE), por parte do governo do Presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), em seu décimo dia de gestão, a energia sustentável segue crescendo como um dos principais assuntos do meio internacional. Na prática, os diplomatas ainda tratam do tema em suas falas, mas sem a dedicação de uma secretaria exclusiva no Ministério e com parte dos trabalhos compartilhados ao Ministério do Meio Ambiente e o Ministério de Minas e Energia.

Na última quinta-feira de março, dia 31, o Ministro Bento Albuquerque participou de uma reunião ministerial com a área ambiental da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), destacando o potencial da energia verde para o país — em meio às críticas frequentes por parte dos pares internacionais a respeito da falta de compromisso com a preservação ambiental por parte do Governo Federal.

Sobre a geração de energia eólica a partir de regiões marinhas, Albuquerque afirmou que “Estudos do Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a União Europeia, apontam para um cenário de enorme potencial, da ordem de 700 Gwatts e com alta atratividade econômica”, em comentário à Rede Brasil. Poucas horas antes, em entrevista à CNN, o Ministro havia afirmado que “conseguimos mostrar que o Brasil tem uma oportunidade de geração de energia offshore e hidrogênio verde para exportação, serão os próximos passos que devemos dar: lançar os planos desses dois setores, planos que mostrem que o Brasil pode ser um país exportador de energia verde”.




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Gustavo Ferreira Felisberto





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