Crescimento do agro para 2022 será menor que o esperado, avisa IPEA

Crescimento do agro para 2022 será menor que o esperado, avisa IPEA

Nova expectativa de crescimento do agro sofre com influência de queda na produção de soja. Setor ainda precisa lidar com os riscos e perspectivas em meio ao conflito na Europa, grãos devem ter redução na oferta mundial.

31/03/2022

Foto: Andrew Draper/Unsplash

Nesta quinta-feira, 31, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), divulgou o crescimento de setor agro e da pecuária para 2022. Vinculada ao Ministério da Economia, pasta comanda pelo Ministro Paulo Guedes, o IPEA informou que a nova expectativa é de crescimento de apenas 1% ao longo deste ano. 

Projeções

No documento divulgado hoje, o IPEA informou que “o principal motivo para essa revisão é a nova estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de queda de 8,8% da produção de soja – o prognóstico anterior do LSPA era de alta”, destacando que mesmo a ampliação da área plantada não será suficiente para garantir um crescimento substancial do setor.

“Apesar disso, há estimativas de crescimento substantivo em culturas como milho, cana-de-açúcar e café que devem mais do que compensar o desempenho negativo da principal lavoura da produção vegetal. A produção animal também deve contribuir positivamente com crescimento nas produções de bovinos, suínos e aves.”, completa o Instituto em publicação desta manhã, por meio de um estudo chamado “Projeção do valor adicionado do setor agropecuário para 2021 e 2022”.

Riscos e perspectivas

Para o Instituto, a soja, um dos principais ativos do setor agrícola brasileiro, tem uma perspectiva diferente se comparado com o início de 2021, ressaltando que haverá impactos em razão da atual situação. “No momento, é esperada uma queda em sua área plantada, mas a redução da oferta mundial desse grão em decorrência do conflito entre Rússia e Ucrânia — dois dos maiores produtores — deve elevar o preço e incentivar o plantio que, com boa produtividade, poderia contribuir positivamente”, em referência ao crescimento do setor.

Além disso, há o risco de redução da demanda por proteína animal, uma vez que a “alta dos preços dos grãos e do petróleo no mercado internacional tende a pressionar os custos do produtor que, com o objetivo de manter a rentabilidade, pode repassar esses aumentos ao consumidor final, impactando negativamente a demanda pelos produtos do segmento”, destaca o estudo.

Na previsão inicial, esperava-se um crescimento de 2,8% neste ano para o setor agropecuário, como divulgado na Nota no 23 da Carta de Conjuntura no 53, documento também publicado pelo IPEA. Confira aqui o estudo na íntegra. 




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Gustavo Ferreira Felisberto





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