Economia:
Desde setembro de 2020, as chuvas registradas no país representam escassez histórica: é a pior seca em 91 anos, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Com pouca água armazenada para atender às geradoras de energia, é crescente desde então a pressão sobre o sistema elétrico.
Salienta-se que 64,9% da matrix elétrica brasileira é baseada em fontes hidráulicas, extremamente dependentes de um regime ideal de chuvas.
O aumento da malha de transmissão é "dever de casa" feito no país após o apagão de 2001. De lá para cá as redes de transmissão saltaram de 70 mil para 164,8 mil quilômetros de extensão, permitindo a chamada importação de energia entre os subsistemas brasileiros. É, em parte, essa evolução do sistema que vem mantendo abastecidas as regiões Sudeste e Centro-Oeste – as mais afetadas pela crise hídrica atual – com energia gerada pelos ventos no Nordeste.
Dessa forma, A bandeira tarifária "Escassez Hídrica" elevou ainda mais o preço da energia, deixando claro que a conta das medidas adotadas para se evitar desabastecimentos permanecerá alta, ao menos, até 2022.
Com validade até abril do próximo ano, a nova bandeira adiciona R$ 14,20 à conta de energia a cada 100 kWh consumidos. A quantia é 49,6% maior do que a cobrada anteriormente, de R$ 9,49, quando era aplicada a bandeira vermelha patamar 2 – que já fora reajustada com o objetivo de arcar com os custos da geração termelétrica, mas cuja arrecadação seguia insuficiente para bancar a energia produzida a partir da queima de combustíveis como gás, diesel e outros (Gazeta do Povo).
Criptomoedas:
Ainda que para muitos especialistas Nayib Bukele esteja brincando de banco imobiliário com as finanças públicas, para os entusiastas da Criptomoeda o presidente salvadorenho millenial de 40 anos se transformou em uma referência de coragem e audácia desde que Jack Mallers, criador da Strike, uma plataforma de pagamento de bitcoin, deu sua aprovação.
El Salvador é a cobaia perfeita para o experimento. Com 6,5 milhões de habitantes, 70% da população não têm conta bancária e a principal fonte de renda do país são as remessas que recebem de seus familiares nos Estados Unidos. Segundo Bukele, a chegada do bitcoin gerará emprego e a inclusão financeira de milhares de pessoas que estão fora da economia formal.
“O bitcoin tem uma capitalização de mercado de 680 bilhões de dólares (3,5 trilhões de reais). Se 1% for investido em El Salvador aumentaria seu PIB em 25%”, argumentou no Twitter.
Na terça-feira, quando a aplicação foi lançada, Bukele deu a cada salvadorenho US$ 30 dólares em bitcoins para incentivar seu uso e foram distribuídos por todo o país 200 caixas eletrônicos para convertê-los em dólares. Na sexta o bitcoin havia desvalorizado e os salvadorenhos já não tinham US$ 30 e sim US$ 26, mas se esses mesmos salvadorenhos tivessem comprado em junho US$ 1 mil dólares em bitcoin hoje teriam US$ 1.280 dólares.
Entre os que veem Bukele como um piromaníaco que joga com as contas públicas está Steve Hanke, professor de economia da universidade Johns Hopkins e ex-assessor de vários presidentes dos Estados Unidos. Segundo Hanke, que descreve Bukele como um “mentiroso compulsivo”, a aventura do bitcoin “terminará em um completo desastre” e dá como exemplo o artigo 7 da Lei Bitcoin que afirma que é de cumprimento obrigatório.
— Depois ele mesmo diz: ‘Não se preocupem porque não vamos realmente fazer com que isso se cumpra’. Então ele tem uma lei de bitcoins e anuncia que não cumprirá um dos artigos. De modo que tudo depende de sua interpretação e isso é realmente o que ninguém gosta em economia — diz em entrevista ao EL PAÍS (Exame).
Milho:
O indicador do milho do Cepea, calculado com base nos preços praticados em Campinas (SP), ensaiou uma recuperação que será testada ao longo desta semana. A cotação variou 1,5% em relação ao dia anterior e passou de R$ 92,15 para R$ 93,53 por saca. Portanto, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 18,92%. Em 12 meses, os preços alcançaram 60,21% de valorização.
Na bolsa brasileira, a B3, por outro lado, os contratos futuros do milho tiveram um dia de leve queda disseminada entre a curva. O ajuste do vencimento para setembro passou de R$ 92,69 para R$ 92,17, do novembro foi de R$ 92,89 para R$ 92,51 e do março de 2022 passou de R$ 94,09 para R$ 93,94 por saca (Canal Rural).
Soja:
Uma nova semana começa com os preços da soja no vermelho na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa, por volta de 7h45 (horário de Brasília), perdiam entre 3,50 e 5 pontos nos principais contratos, levando o novembro a US$ 12,81 e o maio/22 - referência para a safra brasileira - a US$ 13,02 por bushel.
O mercado retoma seus negócios de olho na logística ainda comprometida dos Estados Unidos, que compromete o escoamento da safra no principal canal de exportação americana, no clima para a conclusão da safra dos EUA e início da colheita, além do comportamento da demanda (Notícias Agrícolas).
Boi Gordo:
O mercado físico de boi gordo registrou preços mais baixos nas principais praças de produção e comercialização do país ao longo desta semana. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente em termos de negócios segue complicado.
“Os frigoríficos exportadores seguem em seu trabalho de remanejar as escalas de abate até que haja uma posição concreta por parte da China. Já há notícias de tentativas de renegociação de contratos por parte de importadores chineses. Os frigoríficos que operam apenas no mercado doméstico também atuam de maneira tímida, já sinalizando para preços muito mais baixos na comparação com a terça-feira da semana passada, data que antecedeu a notícia dos casos atípicos de vaca louca no Brasil”, apontou Iglesias.
Enquanto não houver a retomada das exportações com destino à China o mercado seguirá pressionado, com os frigoríficos tentando comprar em níveis cada vez mais baixos. “A logística ainda é uma grande preocupação, com pontos de bloqueio em alguns estados relevantes da região Centro-Sul”, disse o analista (O Presente Rural).