O Banco Central do Brasil incluiu pela primeira vez dados sobre importação e exportação de criptoativos nas estatísticas do setor externo, divulgadas pelo órgão na quarta-feira de 25 de agosto.
Os números compilados dos sete primeiros meses de 2021 sugerem que os brasileiros importaram de fora o equivalente a US$ 3,7 bilhões de Criptoativos no ano, cerca de R$ 19,7 bilhões.
Já a exportação de ativos digitais por brasileiros foi pouco significativa e não passou de US$ 4 milhões em 2021, cerca de R$ 21 milhões.
Dessa forma, os dados de importações do BC confirmam que maio foi o mês de maior compra no Brasil, com R$ 3,9 bilhões em Criptomoedas entrando no país. Naquele mês, o mercado brasileiro quebrou recorde ao negociar R$ 826 milhões em Bitcoin em um único dia.
Apenas as negociações de Bitcoin nas maiores exchanges do país bateram recorde de R$ 6,4 bilhões, de acordo com o Índice de Preço do Bitcoin (IPB). Já em junho e julho a negociação da moeda líder do mercado caiu para R$ 3,1 bi e US$ 2,7 bi, respectivamente.
A partir de agosto deste ano, a transferência de propriedade de Criptoativos entre residentes e não residentes passa a ser divulgada pelo BC na conta de bens do balanço de pagamentos.
Seguindo uma recomendação metodológica do FMI, o Banco Central compreende Criptomoedas como bens (ativo não financeiro e produzido), de tal forma que precisam ser registrados nas estatísticas do setor externo. Por não haver registros aduaneiros para Criptomoedas como o Bitcoin, elas não são incluídas nas estatísticas de mercadorias. (UOL).
Criptomoeda Brasileira?
Exatamente!! O Brasil poderá ter uma moeda digital emitida pelo Banco Central (BC), como uma extensão da moeda física.
O coordenador dos trabalhos sobre a moeda digital do Banco Central, Fabio Araujo, explicou que a moeda digital será diferente das Criptomoedas. “Os Criptoativos, como o Bitcoin, não detém as características de uma moeda, mas sim de um ativo. A opinião do Banco Central sobre Criptoativos continua a mesma: esses são ativos arriscados, não regulados pelo Banco Central, e devem ser tratados com cautela pelo público”, disse.
Entre as diretrizes estão a ênfase na possibilidade de desenvolvimento de modelos inovadores a partir de evoluções tecnológicas, como contratos inteligentes (smart contracts), internet das coisas (IoT) e dinheiro programável; a previsão de uso em pagamentos de varejo; e a capacidade para realizar operações online e eventualmente operações offline.
De acordo com o Banco Central, a tecnologia de criação da moeda deve “seguir as recomendações internacionais e normas legais sobre prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e ao financiamento da proliferação de armas de destruição em massa, inclusive em cumprimento a ordens judiciais para rastrear operações ilícitas”. A moeda também deve permitir pagamentos em outros países (Agência Brasil)