Comece bem a semana!! Tudo o que você precisa saber

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Estimativas econômicas pessimistas, La Niña e maior quebra de safra da história do Paraná... Isso e mais neste guia semanal.

23/08/2021

Foto: Anafe

Economia:

As instabilidades políticas, alta taxa básica de juros e inflação relativamente alta fazem previsões econômicas para o Brasil de 2022 não serem as mais otimistas.

Em primeiro lugar, a faceta populista de Bolsonaro tem se mostrado forte quando se trata da sua reeleição. O presidente, que ainda não revelou o tamanho do novo Bolsa Família ou como ele será custado, alimenta inseguranças fiscais sobre o futuro econômico, já demonstrando capacidade de sacrificar os ideias liberais econômicos pelos quais se elegeu em nome de políticas mais apelativas.

As instabilidades políticas que estão se instaurando com esse choque entre poderes também não auxiliam na previsibilidade de qualquer investidor dentro do Brasil.

A mediana das estimativas do mercado para o PIB de 2022, de 2,5% no início do ano, está caminhando para 1,5%, mas alguns analistas não descartam uma taxa perto de 1% no PIB do ano que vem. Como o carregamento estatístico previsto para este ano está em torno de 1,4%, se essas novas projeções forem confirmadas, o crescimento do PIB será nulo, na melhor das hipóteses, enquanto a taxa básica de juros (Selic) deverá ficar acima do patamar neutro, de 6,5% a 7% até o fim do ano, conforme o sinal dado pelo Banco Central, o que ajudará a frear a atividade no ano que vem (Estado de Minas).

"Os fundamentos não são bons e estão se deteriorando ao longo do ano. Inflação baixa não existe e Selic deverá terminar o ano entre 7,5% e 8,5%, o que levará uma taxa real aos juros entre 3,5% e 4%, um patamar que poderá levar o país para uma recessão no ano que vem", alerta o economista Simão Silber, professor doutor da Universidade de São Paulo (USP).

Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, demonstra mais preocupação com a piora do cenário externo, que não deverá ajudar a recuperação da economia brasileira como vinha ocorrendo no início do ano. "O pessimismo vai continuar, porque os mercados emergentes, como o Brasil, sofrerão muita instabilidade com a perspectiva de como vai ser a alta dos juros dos Estados Unidos. E, internamente, ainda temos a incerteza dos efeitos da crise hídrica neste semestre, que ainda não sabemos se serão mais ou menos intensos. E essa crise hídrica se comunica com o ambiente político mais competitivo, e isso aumenta os riscos dos mercados e tende a forçar mais volatilidade", explica (Estado de Minas).

Além disso, Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da RPS Capital, reconhece que o cenário é preocupante e destaca que o maior risco é o hidrológico, porque “poderá colocar o país em um quadro de estagflação se não houver chuvas no quarto trimestre deste ano”. Barros, por enquanto, mantém em 1,8% a estimativa de expansão do PIB em 2022, após um crescimento estimado por ele de 5,5% neste ano, mas admite viés negativo se a seca persistir (Correio Braziliense).


Criptomoedas:

A corretora de criptomoedas Coinbase (COIN) anunciou, na última quinta-feira (19) a intenção de expor ainda mais o seu negócio à flutuação dos criptoativos. A exchange, cujos BDRs (recibos de ações) começam a ser negociados na bolsa brasileira nesta segunda-feira (23), decidiu comprar US$ 500 milhões em criptomoedas e passar a investir 10% do seu lucro líquido trimestral em ativos digitais.

Segundo analistas que cobrem Coinbase ouvidos pelo site Business Insider, a adição de criptomoedas ao balanço da corretora é um bom sinal, pois mostra o compromisso da companhia com o mercado cripto (Seu Dinheiro).

Além disso, o valor de mercado total das 11.335 criptomoedas existentes ultrapassou a marca de R$ 10 trilhões novamente, reforçando o potencial dos criptoativos como investimento e futuro da economia digital. Depois de meses de queda, o valor das criptomoedas voltou a subir nos últimos 30 dias. O movimento foi motivado pela recuperação do preço do Bitcoin (BTC) que segue negociado acima de US$ 49.600.

Dos R$ 10 trilhões, a avaliação de mercado do Bitcoin (BTC) é a maior passando de R$ 4 trilhões. Dessa forma, representa 42% do valor agregado. Enquanto isso, o Ethereum (ETH), maior altcoin em valor de mercado, responde por 17,9% (Investing).


Clima:

A probabilidade de “La Niña” aumentou de 67% para 70% para o próximo verão do Hemisfério Sul, segundo o novo relatório semanal da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos). Se confirmada a ocorrência, seria o segundo ano consecutivo desse fenômeno climático que altera o regime de chuvas e clima – um fato raro.

Passadas duas semanas desde a publicação do último índice ONI (Oceanic Niño Index), a NOAA deixa claro que há uma tendência firme para a instalação de La Niña, principalmente entre os meses de novembro de 2021 a fevereiro 2022. A dúvida que ainda existe é em torno de qual será a intensidade do evento.

 Nos anos de ocorrência do La Niña, as regiões agrícolas da Argentina e do Sul do Brasil recebem até 30% menos chuvas do que o normal. Na Argentina, por exemplo, a soja teve quebra de até 38%, enquanto para o milho os rendimentos baixaram consideravelmente (Agrolink).


Milho:

O indicador do milho do Cepea, calculado com base nos preços praticados em Campinas (SP), teve um dia de preços mais baixos. A cotação variou -0,23% em relação ao dia anterior e passou de R$ 99,02 para R$ 98,79 por saca. Portanto, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 25,61%. Em 12 meses, os preços alcançaram 67,41% de valorização.

Na B3, os contratos futuros do milho seguiram na tendência de baixa, que foi observada em praticamente todo o decorrer da semana. O ajuste do vencimento para setembro passou de R$ 96,54 para R$ 95,88, do novembro foi de R$ 97,60 para R$ 96,49 e do março de 2022 passou de R$ 98,60 para R$ 98,11 por saca (Canal Rural).

Em razão da estiagem, ocorrência de pragas e frio intenso, no Paraná este ano aconteceu a maior quebra de safra de milho da história do estado em volume de produção. Com 2,5 milhões de hectares do grão cultivados no Estado, a expectativa de colheita no início da segunda safra 2020/21 era de 14,6 milhões de toneladas, mas a realidade deve ficar bem distante do que foi projetado.

O último relatório do Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento indica uma redução de 58,2% sobre a estimativa inicial e o volume colhido não deve passar de 6,1 milhões de toneladas (Bonde).





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Arthur Echenique Alves





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