De acordo com o site UOL, o agronegócio brasileiro é um caso global de sucesso: passou de importador de alimentos nos anos 1970 para um dos maiores exportadores do mundo. Porém toda essa produção apresenta um tendão de Aquiles, após a colheita, existe um grande déficit de armazenamento.
No Brasil apenas 14% das fazendas possuem silos de estocagem, contrastando com os 85% no Canadá, 65% nos EUA e até com nossa vizinha Argentina, que possui 40% das fazendas equipadas (Conab).
Como consequência do baixo nível de espaço para armazenamento, os produtores após a colheita são obrigados a negociar a produção a preços do dia, perdendo a autonomia sobre seu ativo conquistado, que poderia ser guardado em boas condições e vendido aos poucos durante o ano.
Para o país, o problema também ameaça a segurança alimentar. Sem ter onde guardar, o Brasil fica exposto a riscos de abastecimento, em caso de quebras significativas de safra, como ocorreu com o arroz no ano passado.
Segundo Thomé Guth, superintendente de Logística Operacional da Conab, tudo indica que esse cenário mudará nos próximos anos, principalmente como consequência da competição no mercado internacional, já que guardar e conservar a safra são essenciais para a manutenção da competitividade como fornecedor de alimentos.
O maior estado produtor de grãos do Brasil, Mato Grosso, é a região que mais sofre com a diferença entre a produção e a capacidade de armazenagem. Segundo Fernando Cadore, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), no estado são produzidas 43 milhões de toneladas de soja e milho e só existem 2.211 armazéns ativos (o suficiente para estocar 11,8 milhões de toneladas). "O produtor precisa ser dono daquilo que produz e a armazenagem tem que ser para todos", afirmou.
Fonte: https://economia.uol.com.br/reportagens-especiais/agronegocio-logistica-armazenamento-de-soja-nas-fazendas/#end-card