No mercado futuro da B3, em que os negócios vão até às 18h30 (horário de Brasília), o contrato de dólar de primeiro vencimento saltava 2,60%, a R$ 5,845, depois de bater R$ 5,856 na máxima do dia. Nas operações interbancárias, o dólar fechou em alta de 1,66%, a R$ 5,7787 na venda – maior nível desde 15 de maio do ano passado (R$ 5,8392). A cotação da moeda oscilou em alta durante todo o dia, indo de R$ 5,7062 (+0,39%) a R$ 5,7865 (+1,80%). O real teve o segundo pior desempenho global na sessão, com as perdas lideradas pela lira turca (-2,5%).
Investidores repercutiram a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular todas as condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela 13ª Vara Federal de Curitiba no âmbito da operação Lava Jato. Nesse novo cenário, Lula ficaria elegível para a eleição presidencial de 2022. A decisão de Fachin deverá ser avaliada pelo plenário do STF, sendo que a Procuradoria-Geral da República já afirmou que vai recorrer.
No fim de semana, a imprensa publicou levantamento do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC) segundo o qual Lula teria mais potencial de voto do que o chefe em exercício, Jair Bolsonaro. Com a elegibilidade do ex-presidente, as chances do atual governo de se redirecionar totalmente para o populismo crescem significativamente.
O receio de investidores de que Bolsonaro enverede por um caminho mais populista aumentou nas últimas semanas, depois de uma série de episódios em que, para o mercado, o presidente agiu deixando de lado os princípios de uma política econômica liberal. Entre as suas investidas que causaram apreensão estão a decisão pela troca do comando da Petrobras e os alertas feitos por ele de atuação em outras estatais e setores da economia, como energia.
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Fonte: https://www.infomoney.com.br/mercados/dolar-futuro-supera-r-585-apos-choque-do-mercado-com-decisao-de-fachin-sobre-lula/